sábado, 14 de abril de 2012

Os perigos do Mundo



GIRLSPT.

Os perigos do mundoo

Um estudo realizado por um canal de TV a cabo voltado para o público infantil analisou 1.450 famílias com filhos de até 10 anos, com o objetivo de compreender os hábitos de consumo e entretenimento das crianças brasileiras e apontou dados interessantes. Segundo a pesquisa, as duas maiores preocupações dos pais referem-se à segurança e à educação de seus filhos.
Falando de segurança, não é novidade que esta seja uma das nossas maiores inquietações. Mas mesmo que a gente queira proteger os filhos a todo o custo, é legal pensar nos reflexos dessa redoma na vida de nossas crianças.
A pesquisa pode nos dar pistas interessantes sobre isso. Por exemplo: crianças de hoje passam mais tempo dentro de casa em comparação a crianças de gerações anteriores (como a de seus pais); o número de videogames, DVDs e a quantidade de horas que as crianças permanecem em frente à TV também vem aumentando. Se antigamente a rua era o espaço preferido para o lazer da criançada, hoje 80% dos pais preferem que as crianças fiquem em casa e, por conta disso, somente 14% das crianças brincam na rua, uma diferença enorme frente aos 89% dos pais entrevistados que brincavam na rua quando crianças. Setenta e sete por cento dos pais andavam a pé quando crianças contra 8% da criançada de hoje.
Mas é fácil entender tudo isso já que nós vivemos cercados de vários medos e inseguranças — medo de assaltos, de acidentes naturais, de brinquedos perigosos, de atropelamentos, de bullying, de doenças, de drogas, etc, etc.
Mas toda essa proteção (em parte justificada) também pode gerar alguns problemas. Nossas crianças podem ser privadas dos pequenos riscos que, quando bem dosados, são ótimos para o amadurecimento. Ficar em casa na companhia dos desenhos animados e dos videogames não pode ser a única maneira de conhecer o mundo.
A vida em casa é diferente de andar de bicicleta, de brincar com a vizinhança, de ir ao supermercado com a mãe aprender sobre os preços, pesos e medidas. De correr no parque e ralar o joelho. Fora de casa é possível fazer amigos, conhecer as diferenças do pobre e do rico, do bonito e do feio, do grande e do pequeno, do limpo e do sujo. Assim a criança vai desenvolvendo as competências sociais necessárias e aumentando as próprias referências, essenciais para a vida futura.
Mas resta a escola, o espaço onde a criança pode ser um pouquinho mais “livre”. Porém, mesmo esse local está se tornando outra redoma. Ouço muitas mães afirmando que não colocam seus filhos em escolas onde cada turma não tenha, no mínimo, três professoras para cuidar das crianças, pois isso evitaria acidentes – como quebrar o braço, por exemplo. Algumas mães vão mais longe: não levam seus filhos para a escola sem dar-lhes um celular para que elas possam monitorá-los mais constantemente (segundo a pesquisa, 20% das crianças entrevistadas possuem celular). No meu tempo, meus colegas quebravam o braço. E eu, como achava diferente usar gesso, chegava a enfaixar meu braço de vez em quando para me sentir mais ousada.
Histórias e nostalgias à parte, a pesquisa traz também um contraponto. Para as crianças participantes do estudo, os três desenhos animados eleitos como preferidos são justamente aqueles que tratam de aventuras fora dos muros de casa, que se passam no jardim ou no parque, que falam sobre a coragem e as aventuras de personagens que são livres para explorar o mundo afora. As crianças da minha convivência ficam excitadíssimas quando chega a hora de um programa que conta as peripécias de três amigos de bairro que se reúnem em um quartinho abandonado e passam por situações onde a imaginação, a fantasia, o medo, os problemas, as soluções e a imprevisibilidade estão presentes. Será que isso quer dizer alguma coisa?

Fonte: http://blog.educacional.com.br/blogdepsicologia/os-perigos-do-mundo/COM - Cursores Animados

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